quinta-feira, 16 de julho de 2009

http://www.pictogame

http://www.pictogame.com/en/play/game/ZlugoDaigEpf_my-arm-fight

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Viagem Medieval… Em Terra de Santa Maria!!!

Viagem Medieval… Em Terra de Santa Maria!!!

Viagem Medieval também é cultura!!!

Vai a meio o Programa
repleto de Eventos da Viagem Medieval

em Terra de santa Maria.
O Encerramento é no próximo dia 10de Agosto

Com a encenação da Peregrinação da Rainha Santa,
Justas apeadas, Deus Adhveo, Grande Torneio,
O Senhor da Festa e entretanto animação circulante.

Com temas:
Dia 9 de Agosto – O Reino de Luto – 21.30 horas
Dia 8 de Agosto – Doação do Castelo a D. Afonso – 22.00 horas
Dia 7 de Agosto - Cousas da Corte – 22.30 horas

A nossa vila Termal faz-se representar nas várias Associações que anuíram à Iniciativa.
De salientar o Parque Temático Termal- Banhos Públicos na Quinta do Castelo!
PARABÉNS!

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Ainda a Festa de S. Jorge 2008

Terça-feira, 22 de Julho de 2008

Alguns clichés da Festa ... Para Recordar!!!















Alguns clichés da Festa ... Para Recordar!!!

ÀS 22:48

Publicado Pelo(a) ATM

12 comentários:

Anónimo disse...

Os oculos do padre ficam-lhe a matar !...

22 Julho, 2008 23:24

Anónimo disse...

Perdeu todo o enteresse,já me virei para o kousas e lousas.

23 Julho, 2008 14:57

Anónimo disse...

a procissao foi uma vergonha, uma senhora que levava o primeiro estandarte lembrou-se de deixar os escuteiros as aranhas, quando eles sempre marcaram o passo da procissao, com o juiz da cruz, ao impor ela o ritmo da procissao e os escuteiros que se lixassem a manters grandes distancias entre eles e a passar a vergonha toda... inadmissivel!

23 Julho, 2008 16:20

Anónimo disse...

TENHAM CUIDADO COM AS PESSOAS QUE METEM NA PROCISSÃO.PENSO QUE NÃO É DE BOM TOM,QUE PESSOAS QUE ESTÃO A VIVER COMO OS PASSARINHOS,COMO OS ANIMAIS SELVAGENS,ESTEJAM AQUI NESTA PROCISSÃO,E PARA MAIS A AJUDAR A LEVAR O PÁLIO JUNTO DO SANTO MADEIRO.JÁ NÃO HÁ VERGONHA NENHUMA!!!!!!

23 Julho, 2008 16:38

Anónimo disse...

estou totalmente de acordo com este ultimo comentário.devia era meter a cabeça dentro de um saco PRETO e amarrar com uma corda bem forte..

23 Julho, 2008 17:07

Anónimo disse...

Cuidado com comentários maledicentes! Estes vão para cesto do lixo!
Com uma dúzia vão
para arquivo!

23 Julho, 2008 17:27

Anónimo disse...

quem nunca pecou que atire a 1ª pedra



batman

23 Julho, 2008 19:24

Anónimo disse...

Porque será que existe censura neste blog? Snr.A.T.M.Nem só de religião vive o homem.

23 Julho, 2008 22:19

Anónimo disse...

Onde está a tolerância nestas pessoas que se dizem católicas?
Que tipo de padre é este que só sabe julgar sem conhecer bem as pessoas?
Viver como passarinhos?
Acho que quem vive como os passarinhos não tem qualquer maldade, se calhar ama mais o próximo de que qualquer outra pessoa.
Deus foi ajudado não pelo bom samaritano, como sabem ou não?
Onde está a essência da religião católica?
Não será também a tolerância?
WZ

24 Julho, 2008 08:44

Anónimo disse...

Espero que sejam apresentadas contas da Festa.Pois quem contribui tem o direito de saber como foi gasto esse dinheiro.

24 Julho, 2008 12:33

Anónimo disse...

Ó pá!
Quanto deste!

24 Julho, 2008 19:21

Anónimo disse...

Ao anónimo das 19e21 digo que dei aquando do peditório e no dia da festa e´ainda dei o corpo ao manifesto gratuito na actuação da associação que faço parte.por isso tenho todo o direito de saber as contas.

25 Julho, 2008 08:55

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Acho que quem vive como os passarinhos não tem qualquer maldade, se calhar ama mais o próximo de que qualquer outra pessoa.
Deus foi ajudado não pelo bom samaritano, como sabem ou não?
Onde está a essência da religião católica?
Não será também a tolerância?
WZ

24 Julho, 2008 08:44

Anónimo disse...

Espero que sejam apresentadas contas da Festa.Pois quem contribui tem o direito de saber como foi gasto esse dinheiro.

24 Julho, 2008 12:33

Anónimo disse...

Ó pá!
Quanto deste!

24 Julho, 2008 19:21

Anónimo disse...

Ao anónimo das 19e21 digo que dei aquando do peditório e no dia da festa e´ainda dei o corpo ao manifesto gratuito na actuação da associação que faço parte.por isso tenho todo o direito de saber as contas.

25 Julho, 2008 08:55

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Quarta-feira, 16 de Julho de 2008

Calvário antigo.. e Calvário Novo

Calvário de Caldas de São Jorge


Possui esta Vila Termal um Calvário antiquíssimo, composto por 14 Estações da Via Sacra que ia da Igreja Matriz ao Monte designado de Calvário em Arcozelo.

Data do ano 1660.

Tem 348 anos.

A Igreja Matriz é de 1735|

Anterior à fundação da Igreja Matriz :Ano 1660.

A quase totalidade das cruzes originais desapareceram.

Duas encontram-se no Cemitério Paroquial, outras foram demolidas tendo-lhe dado o uso para padeiras de portas.

Outras inesteticamente foram restauradas em prosaico cimento.

Há supedâneos junto do lavadouro do Passal.

No alto do Calvário havia três cruzes que foram retiradas para em tempos se fazer um campo da bola!

Agora a obra de Restauro e renovação está fase de acabamento iniciativa da Exma Câmara de Santa Maria da Feira e Junta desta Vila!

Brevemente estará pronto e o blog terá em primeira mão o novo visual!

Parabéns à Junta desta Vila

e ao seu Presidente o Senhor José Martins!

ÀS 14:41

Publicado Pelo(a) ATM

8 comentários:

Anónimo disse...

Falta dar os parabens aos irmãos Cavacos porque sem eles a obra não era feita tão cedo.E para isso o snr. Presidente da Junta teve que engolir tudo o que vomitou assim como a comissão de moradores.

16 Julho, 2008 15:45

Anónimo disse...

pela andamento que o calvario levava de inicio pensei que iria ficar pronto cedo; mas neste andamento duvivo que fique pronto a tempo e horas. só se começarem a trabalhar quase de dia e de noite.

16 Julho, 2008 17:46

Anónimo disse...

Aparentemente está a ficar bonito vamos lá ver se fica pronto para o dia da festa. Só ó pena estar tudo em cimento e paralelos; poderia ter um bocadinho de espaços verdes.

16 Julho, 2008 17:52

Anónimo disse...

Não está pronto para a Festa!
Mas vai ficar pronto!
A Festa não pode prejudicar a obra de arte!

16 Julho, 2008 23:48

Anónimo disse...

NÃO SEI PARA QUÊ QUE SE GASTA TANTO DINHEIRO NUMA OBRA EM QUE NÃO TEM GRANDE UTILIDADE. AS PESSOAS SÓ VÃO AO CALVARIO NO DOMINGO DIA DA FESTA E NA HORA DA PROSSIÇÃO.

17 Julho, 2008 09:44

Anónimo disse...

Ao anónimo anterior que está para aí a berrar!:
1- O Calvário é o monumento mais antigo desta Vila ( 1660).
2- O Calvário faz parte do Teatro Cénico e Religioso da Paixão de Cristo!
3- O Calvário faz parte do exercício quaresmal da Via Sacra ( 5 vezes e à sexta-feira em cada uma das cinco semanas)
4- Das Endoenças da Sexta-feira Santa (fomentadas estatutariamente pela Confraria do Santíssimo).
5- Se o fazem na Festa Popular de São Jorge e Santo António é da iniciativa da Comissão de Festas de Acordo com o Pároco!
6- Sempre é melhor ir ao Calvário do que ir a um tasco!

17 Julho, 2008 22:28

Anónimo disse...

E C S
Pelos vistos nervoso e aos gritos parece o comentador anterior, que não entendeu o que quis dizer o penúltimo comentador. E demonstra uma falta de pluralidade de pensamentos, parece-me que vivemos num estado laico, onde todas as religiões devem ser tratadas de forma igual.
E quem diz isto é um cristão convicto.
Todos temos o direito á opinião, eu próprio acho que existem obras muito mais importantes para a Freguesia do que o calvário. Poderia até enumerar algumas, mas não vem ao caso.
No entanto, não concordando aceito os projectos ao qual a junta se propôs, foi para governar que o povo o mandatou.
E neste caso concreto tenho que dar os parabéns pela forma como está a decorrer a obra, penso que não seria possível fazer melhor do que tem feito o presidente e a sua equipa.
O mais importante não é se a obra vai ou não ficar pronta a tempo, mas sim conclui-la da melhor forma.

18 Julho, 2008 00:24

Anónimo disse...

Onde estão as pedras antigas do calvàrio?
Vamos procurá-las em certos jardins porque são do povo.

25 Julho, 2008 10:22

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sábado, 19 de julho de 2008

Caldas de São Jorge Antigamente















CALDAS DE SÃO JORGE NO PASSADO

(SÃO JORGE DE CALDELAS)

Vila de caldas de S. Jorge

FREGUESIA – A alusão mais antiga em letra de forma à localidade de S. Jorge data de 1097 “… in uilla Caldelas hic in Sancto Georgei…”, referência que sugere ser, já nessa longínqua data, conhecida a existência das águas “curativas”.

Não aparecem registos que aludam à povoação desde o século XI, até alguns séculos depois, para além de assentos de nascimentos e óbitos. As constituições Diocesanas de 1687, referem que, nessa data, haveria em S. Jorge 84 fogos, sendo que o índice de natalidade era normal. Em 1935 havia 1190 fogos e registaram-se 42 nascimentos. Com o decorrer dos tempos, as gentes foram-se juntando, gerando a formação dos lugares, o primeiro dos quais terá sido o do lago em 1750. Aparece registado o nome do lugar dos Candaídos em 1862, nome que ficou dado à ponte entretanto edificada, sendo que o povoado se integrou no lugar da Sé.

Actualmente a freguesia é o conglomerado de quatro grandes lugares: Arcozelo – Airas – Malaposta/Azevedo – Lago/Sé – Caldelas Casaldoído. Cada um se subdivide em topónimos restritos cujos nomes vão ficar salvaguardados com a sua atribuição às ruas na orientação toponímica. O lugar da Malaposta criado em 1879, é um aglomerado um pouco mais afastado do centro da freguesia, tendo tomado a designação por ali existir uma estação de Mala Posta. Para a distribuição postal, o primeiro distribuidor começou em 1882, a passar por Azevedo e Arcozelo, sendo que antes e desde tempos recuados havia correio no lugar da Sé, em Mala Fechada.

A escola oficial foi criada em 1845, sendo o seu professor o Padre Herdeiro, que a abriu em 1847. Agora existem na freguesia dois pólos escolares de ensino básico (Caldas e Azevedo), e três unidades de ensino pré-primário.

A energia eléctrica existe em S. Jorge desde 1931 e o telefone foi instalado em 1932. O cemitério foi terminado e benzido em Outubro de 1982. O segundo lote do cemitério, a norte do inicial, foi inaugurado em 1987, tendo nele implantada a Capela Mortuária em 1994.

Fotos anos 30

Vila de Caldas de S. Jorge (relatos da nossa História)

A Situação no meio


Situação Geográfica - A freguesia de S. Jorge de Caldelas está situada na Província do Douro Litoral, entre Aveiro e o Porto e a 15 quilómetros do mar.

Estende-se toda nas duas margens do rio Uma vai até à estrada nacional e principiam a elevar-se nela os montes de Souto Redondo. Dista 6 km da Vila da Feira, cabeça de concelho, 38 Kms de Aveiro, capital

De distrito e 25 km do Porto, sede do Bispado.

Limites - A sul confina com a freguesia de Pigeiros; a nascente com a de Guisande e de Lobão; ao norte com a de Fiães e a poente com a de Fiães e de S. João de Ver.

Planta geográfica - O território de S. Jorge é formado por duas encostas, de um e do outro lado do rio Uíma.

A do nascente a começar do sul empina-se bastante no monte das Seladas e no monte Bô, inclina-se suavemente no extenso vale de Azevedo e termina no pequeno monte dos Candaidos. A do poente ergue-se abruptamente em terra de monte, aplana-se a seguir no vale de Arcozelo, continua a altear-se no monte de Souto Redondo, sobe um pouco no Outeirinho da Sé estende-se depois nos vales da Sé, de Caldelas e de Casaldoido.

Extensos pinheirais emolduram estes quatros vales.

Montes - São de pequena elevação os montes desta freguesia e todos eles arborizados.

Aguas e nascentes - Abundam as águas nas duas vertentes, sobretudo no sitio de Azevedo e de Arcozelo. Em todos os lugares há fontes e lavadouros, todavia em alguns altos, como o da Sé, só se arranja água por meio de poços e engenhos.

Rios - O único que aqui corre e apanha as águas da duas vertentes é o Uíma. Num documento de 1097 dão-lhe o nome de Umia; noutro de 1311 o de uma; no Dicionário de 1158 o de Huyma e actualmente o de Uima. Nasce ele em Duas Igrejas toma a forma de rio no Morengal de Pigeiros, atravessa esta freguesia dá uma volta breve pela de Milheirós, Arrifana e Escapães, torna a Pigeiros, corta em quase todo o comprimento a freguesia de S. Jorge, separa esta de Lobão, corre por entre Lobão e Fiães e seque depois por Sanguedo. Sandim e Crestuma onde despeja as suas águas no rio Douro.

Minerais - Está escrito que nesta freguesia se descobriram minas de cobre e de ferro em 1851; mas não é dito em que local, nem aqui se tem falado disso. O que se encontrou e explorou foi águas minerais e arsénico. Quanto a pedreiras, também é pobre este território pois delas se extrai apenas alvenaria, e em poucos sítios, O geral é pedra mole e trigueira.

Qualidades do Solo - O chão de na Sé e CaldeIas alguns pedaços de terra assaloada e outros com fraga a dois palmos da superfície.

Clima - Muita variável. Frigidíssimo no Inverno e ardentíssimo no Verão. Território muita sujeito a nevoeiro e a geadas e muito exposto a ventanias.

Arborização - Todos os montados desta freguesia estão cobertos de árvores próprias para madeira de construção; mas o que predomina é o pinheiro. O castanheiro aqui muito acostumado há anos, quase desapareceu. Os carvalhais têm sido muito mondados. São cada vez mais raros os sobreiros. Há poucos anos os proprietários deram-se muito à plantação de eucaliptos. Também se vêem algumas austrálias e mimosas. Nos pomares bastantes cerejeiras e uma outra nogueira. O parque das Caldas tem plátanos; tílias e outras árvores de estimação. A beira do rio alguns choupos e amieiros.

Fauna - São poucos e muito raros aqui os animais daninhos. De caça, apenas a lebre e o coelho. E domésticos, todos os que são comuns a todo o Portugal.

A PARÓQUIA

Etimologia do Nome – Não a vi ainda em Dicionário algum. Mas é de crer que a palavra "Caldelas" venha do latim calda – água quente" . Claro que não foram as actuais caldas que deram este nome à freguesia, visto elas datarem 187 anos apenas. Mas há razões para crermos que houve aqui antigamente e um balneário. E o Dicionário Geográfico de 1158 diz: "Há aqui a tradição que no rio Huima, no sítio do mato da Negrinha, houveram umas caldas, que se desfizeram por se romper uma pedreira no mesmo sítio no qual ainda há vestígios de água de que curte linhos verdes em rama em dois ou 3 dias sendo necessários oito ou mais em outros sítios: e no tempo de Verão se conhece um laço por cima da água a modo de enxofre ". Donde se vê que esta Etimologia pode ser errada, mas tem os seus fundamentos.

Antiguidade - Não consegui averiguar as origens e formação desta paróquia. O documento mais antigo que a ela se refere está inserido no Portugália Monumental Histórica e reza assim: “Christus. In Dei nomine ego Patrina prolix eriz ideo placuit mhi per bona pacis et voluntas ut faceremus ad vobis Cresconius episcopus sedes Colimbricensie cartula es tesamentiI de hereditate mea propria qua habuit in villa Caldellasl hic in Sancto Georgio damus ad vobis de iIla ecclesia de medietate II as partes, et habet ijacentia sub tus mons Souto rredondo discurrente rribulus umia território portucalensis prope civitas Santa Maria damus ad vobis illa et ad Sedis Sancta Mara Colimbriense pró remédio anima mea etc. Segue a restante parte do documento. Tem a data de 1097 e identifica bem a paróquia de São Jorge de Caldeias. Já existia, portanto, antes dessa data desse ano.

Patrono e titular - Desde tempos imemoriais, esta paróquia tem sido designada pelo titulo de S. Jorge; e disto nos certifica o documento acima mencionado. Hoje mesmo é mais conhecida e designada por São Jorge do que por Caldelas. Isto mostra que este santo tem acompanhado a paróquia desde os seus primórdios e tem sido sempre muito amado por honrado por este povo.

Quem foi S. Jorge?

Nada nos diz da vida o Breviário e temos de recorrer à história eclesiástica e aos hagiólogos.

Eusébio fala dele mencionando-o co-mo fazendo parte de um grupo que arrancou das paredes o édito do imperador contra os cristãos. Uma inscrição grega de 346 na Síria menciona-o como um mártir. Há vestígios do seu culto no 4º e 5º séculos. Em Roma existe a pequena igreja de S. Jorge que remonta ao 6º século; e dentro dela num precioso relicário está a cabeça do santo. E este culto que tão de pressa se espalhou na Síria, na Palestina, em Constantinopla e na Itália não demorou muito atingir as últimas terras do Ocidente. São Germano, bispo francês trouxe da Palestina um dos seus braços e espalhou o seu culto na França. Daqui passou à Inglaterra que o tomou como seu padroeiro e como patrono também da ordem da jarreteira. Em Portugal também é antigo o seu culto como prova ser escolhido para patrono desta e doutras freguesias. Mas foi com a vinda dos ingleses em auxilio de Portugal que este culto aumentou. Nas guerras contra Castela o pendão de S. Jorge guiou os portugueses aos combates e em agradecimento pela vitória de Aljubarrota D. Nuno mandou construir a capela de S. Jorge no próprio campo de batalha.

O rei D. João I deu ao castelo de Lisboa o nome deste santo. O rei D. José mandou que a sua imagem a cavalo acompanhasse a procissão do Corpo de Deus.

O título de S. Jorge foi dado a várias paróquias de Portugal, a várias ilhas que os antigos descobriram e ocuparam e a uma benfeitoria da Costa de Africa. Muitos reis e príncipes tiveram este nome. Foi ele o patrono de várias ordens militares e religiosas. É ele também o segundo patrono de Portugal.

Em quase toda a parte a sua imagem aparece na figura dum oficial armado de lança e escudo. Em estampas e fachadas de igrejas apresentam-no a cavalo na atitude de derrubar um dragão. O povo toma a sério esta lenda, mas o combate representa simplesmente a luta cristã, sempre ajudada por Deus contra o dragão infernal: "Georgi, nolite timere; ecce ego tecum sum! "

Tal é o culto nosso padroeiro. E que fez ele para o merecer?

Nas hagiologias há muitas lendas e fantasias; e talvez por isso é que a Igreja omitiu no breviário a sua biografia. E de seguro há isto: Nasceu na Capadócia, segundo uns, na Palestina, segundo outros. Na sua mocidade alistou-se no serviço militar e foi subindo em postos até chegar a capitão dos guardas do imperador. Tinha pouco mais de vinte anos e era fervoroso cristão. Pouco depois praticou ele verdadeiros actos de coragem. O imperador mandou reunir o conselho imperial para o consultar a respeito da perseguição aos cristãos. Jorge que pertencia a esse conselho, compareceu; e quando chegou a sua vez de falar fez a mais vigorosa defesa dos cristãos e a mais severa condenação dos ídolos. Esta atitude, é claro, acarretou-lhe a morte e foi martirizado e morto no ano 290 ou 303 no dia 23 de Abril. Tal é o herói que é representado na nossa iqreja como seu titular. A qrafia do seu nome varia alguma a coisa nos documentos do arquivo paroquial. Assim tem aparecido: Jorge, Jorgio, Georqio, Gorge, Jôrge, Georgiy.."

Os agiólogos apresentam mais dois santos com este nome.

As freguesias que têm este titular em Portuqal são

1 - Selho Guimarães

2 - Airô - Barcelos

3 - Paradança - Mondim de Basto

4 - Abadim - Cabeceiras de Basto

5 - Várzea - Fe1gueiras

6 - Vize1a -Felgueiras

7 - Gouvães da Serra – Vila Pouca

8 - Cebola - Covi1hã

9 - S. Jorge - Arcos

10- Arroios - Lisboa

11- Vila Verde de Fica1ho - Serpa

12- Sarilhos – Aldeia Galega

13- S. Jorge - Santa Ana - Funchal

14- Velas - Angra

15- Doze Ribeiras - Angra

16 – Doze Ribeiras – Ilha de S. Jorge - Açores

17- Na África Ocidental encontamos a fortaleza de S. Jorge da Mina.

É titular de algumas igrejas em Roma, Nápoles, etc. Além da Inglaterra tomaram-no com patrono Aragão, Génova e a Rússia.

Relatórios das Visitações

Relatório do Visitador no ano 1769

O Reverendo Abade Caetano de Azevedo natural da freguesia de São Paio de Favões, de 47 anos de idade e de boa disposição. Tomou posse da Igreja que obteve por renúncia em Março de 1756. Não lhe achei nota, e dele me informaram bem.

P. José Bastos - de 76 anos, ordenado em Março de 1725, aprovado em 1726 e mais doze vezes; actualmente não está ainda em má disposição. Não se me referiu nada.

P. Manuel Francisco de Sousa - De 76 anos de idade. Ordenado em Março de 1724. Aprovado para confessor em 1725 e mais 5 vezes; e com licença actualmente. Foi coadjutor desta Freguesia 18 anos e encomendado na mesma no de 1753 com 8.000 reis de conqrua mês e o mais do estilo. Não se me referiu nota.

P. João Bastos – de 69 anos e de boa disposição. Ordenado em Maio de 1729. Aprovado em 1730 e mais 12 vezes. Teve culpa por trabalhar na lavoura. Condenado a 1.000 reis e admoestado. Nesta visita não lhe achei nota.

P. Manuel António Bastos - Formado em Cânones. De 31 anos de idade e de boa disposição. Ordenado em 27 de Agosto de 1768. Aprovado no dito ano. Não lhe achei nota.

Valério José de Almeida – Leitor – Irmão do Reverendo Abade. De 39 anos, com moléstias. Não se me referiu nota.

José Pereira - Filho legitimo de João Pereira de Magalhães do lugar de Caldelas, de 33 anos e de boa disposição. Não se me referiu nota.

Igreja – É boa e nova, com capela-mor e duas sacristias a proporção. Tem cinco altares, mas usou uma pintura no maior e em tês colaterais em lugar de retábulo. Tem dois campanários com um só sino. As casa da residência são boas e com bons cómodos e delas se para a sacristia por um passadiço. Renda 480.000 reis.

É da apresentação ordinária com alternativas com o Convento de Santa Clara do Porto. Tem 102 fogos. Maiores 360;

Menores 78 e ausentes 20.

Relatório do Visitador em 1805

Abadia - Apresentação das freiras de Santa Clara do Porto.

93 fogos.

347 maiores.

63 menores.

Abade Inácio António da Cunha.

De 35 anos.

Bom em ciência e moral.

Cura Manuel António de Sousa, de 45 anos. Bom. Doente.

P. Manuel Francisco Alves Preda. Muito desonesto e bebe com excesso,

P. João Caetano Pereira de Magalhães.

De 33anos.

Sub diácono. Bom.

P. José Pinto Ferreira - Ausente em Vilar de Andorinho.

P. Manuel Henriques Ferreira - Ausente.

P. José de Oliveira Peixoto - Cura em Pedroso.

Visitação de 1 de Outubro de 1813

O visitador inquiriu testemunhas a respeito do proceder de alguns fregueses e elas depuseram o seguinte:

Maria Angélica - mulher de José Francisco do Lago de Arcozelo, benzedeira.

P. José Caetano Pereira de Ma-galhães - Subdiácono - contratador de qado, relações ilícitas com uma Maria Rosa, viúva, Sua vizinha.

P. Manuel Francisco Alves Preda - amancebado.

Duas pretas da Sé, muito desonestas. Meia volta parem filhos naturais.

Maria Sª filha de Adriano José Gonss de Casaldoido, o mesmo defeito.

Observação: Maria Angélica era da Casa do Costeiro e trisavó paterna de Adelino.

Maria Sª era da Relva e bisavó materna de Albino. O Registo menciona 6 filhos naturais, o primeiro em 1811 e o 6º em 1818.

As pretas moravam na casa do Herdeiro. Uma escrava preta de nome Joana que teve vários filhos entre 69 e 89. Em 1823 saiu para outra casa da Sé com duas filhas. Ambas tiveram filhos na casa dos patrões e una delas, a Maria, teve-os também na outra casa. O Registo menciona 8 desta entre 1807 e 1825. Em fins de 1826 morreu a mãe e as filhas saíram daqui. Chamava-se a outra Eufrásia. Tiveram razão as testemunhas em deporem que elas eram muito parideiras. Realmente...

Visitação de 21 de Dezembro de 1823

António Miguel Dinis Dias, Abade da Paróquia de S. Cristóvão de Nogueira do Cravo na Comarca da Feira Bispado do Porto e nomeação Visitador pelo Exmo. Snr. D. João de Magalhães e Avelar do Concelho de Sua Majestade.

Faço saber que visitando esta Igreja devo em desempenho desta Comissão recomendar da parte do meritíssimo Senhor ao muni Reverendo Abade desta freguesia todo o zelo e incansável assiduidade em guiar seus fregueses no caminho da Salvação; não só educando e ensinando os meninos nos rudimentos da doutrina cristã unicamente os pode formar para o futuro bons cidadãos e bons cristãos; e depois de adultos ministrando - lhes com caridade e prontidão os santos sacramentos e procurando arrancá-las da desordem em que a fragilidade os tenha precipitado mas sobretudo instruindo-os nos verdadeiros princípios da sã moral, recomendando-lhes a exacta observância das Leis do Soberano e prevenindo-os contra o veneno com que a impiedade em nossos dias tem tentado romper de insubordinação devidos à Religião e ao Santíssimo.

Para que estes meios, porém, sejam eficazes faz-se essencialmente mister que ele do muni Reverendo Abade com a sua conduta irrepreensível, com a exactidão e zelo dos seus deveres e com a seu comportamento grave e prudente se concilie o amor e a confiança dos povos respirando em suas palavras nos que são indiferentes à santa Religião. Que como verdadeiro pastor faça reinar entre eles a paz e a unção consolando-os em suas necessidades procurando com prudência e desinteresse compor suas desavenças e fazendo das suas rendas um uso tão regular e tão santo que desvaneça todo o motivo de queixume e de murmuração e finalmente cumprindo à risca todos os deveres do seu oficio pastoral de que tão estreitas contas deve dar ao Altíssimo.

Igualmente recomendo aos outros reverendos clérigos da freguesia a actividade e cooperação no serviço da Igreja e exacto completamento de todas as obrigações clericais e no seu comportamento externo muitíssimo aquela gravidade e prudência que deve inculcar as virtudes do seu coração e excitar nos povos a admiração e o respeito.

E porque vou informado que em algumas Igrejas se celebram os santos Mistérios e Preces Sagradas com tal desordem e precipitação que em lugar de servirem de edificação dão motivo a irreverências e denotam nos ministros sagrados falta da atenção com que devem ser tratadas as coisas santas; mando que em todas as funções da Igreja se observe a decência, ordem e gravidade prescrita pelas Leis e Rituais eclesiásticos: e especialmente que os

ofícios pelos defuntos se façam com pausa e distinção, não se principiando o versículo seguinte do salmo sem se concluir o antecedente sobre o que o Reverendo Abade terá especial cuidado. Bem como em todas as Missas tanto cantadas como rezadas se dê a Colecta “Et famulos" na prática da Pastoral.

O edifício da Iqreja é moderno e magnífico, mas o tecto, os telhados e as obras de madeira do coro estão muito arruinada necessitam ser concertadas com toda a brevidade porque quanto maior for a demora maior despesa exigirão; e por isso mando que o Reverendo Pároco promova com prudência necessária estes reparos e se for necessário empregue quanto antes os meios que o Direito lhe faculta ainda violentos ou de coacção.

E porque me informam que o povo da freguesia é muito remisso em satisfazer o bem da a1ma pelos defuntos e que estão muitos por cumprir no que observei ser verdade recomendo ao mui Reverendo Abade com a pena de lhe dar em culpa que empregue contra os renitentes todos os meios que estão ao seu alcance ou seja censuras ou condenações e se isto ainda não bastar dê conta disso ao Juiz Eclesiástico infalivelmente para este proceder com é do Direito.

Finalmente terá todo o cuidado em fazer cumprir os capítulos da última visitação que confirmo e observar a Pastoral do Snr. D. António de 26 de Dezembro de 1804. Publicará estes nos três dias festivos à estação da Missa Conventual de que passará a competente certidão na prática do estilo.

Dados na visita da Iqreja de S. Jorge a 8 de Dezembro de 1823.

Visitação em de 1840

Em 7 de Agosto

António Ignácio Manso Preto bacharel formada em a Sagrada Teologia pela Universidade de Coimbra, reitor da Paroquial Igreja de S. Mamede de Vila Maior" vigário da Vara” do 29 distrito da Comarca da Feira e nosso mesma visitador no espiritual e temporal pelo Excelentíssimo e Reverendíssimo

Snr. D. Jerónimo José da Costa Rebelo, Bispo eleito e vigário capitular desta Diocese da Porto, da concelho de Sua Majestade Fidelíssima a rainha a Snra D. Maria II que Deus guarde sempre.

Faço saber que visitando esta Paroquial Igreja de S. Jorge na presença do Reverenda Pároco, clero e seus fregueses, depois de ter prestado a devida reverência ao Santíssimo Sacramento visitei primeiramente a altar-mor e o sacrário o qual achei com muito asseio.

Também visitei os altares colaterais, pedras de ara, imagens, santos óleos, pia baptismal, paramentos, vasos sagrados, sacristia e tudo achei na verdade com muito e muito asseio, no que é digno de louvor o zelo do Reverendo Pároco e dos seus fregueses e lhes recomenda continuem com o mesmo zelo para conservação e aumento do culto divino, glória de Deus e edificação dos fiéis.

É magestosa a Igreja e se acha muito bem conservada como, porém, se achem algumas coisas arruinadas; os telhados é preciso serem compostos e também se precisa comprar e fazer duas albas, dois cordões e 4 amitos e para que o povo pela estimação dos divinos e com especialidade pela novíssima legislação está obrigado às despesas do culto divino, ao reparo das Igrejas e residências por isso o Rev. Pároco apresente quanto antes à autoridade competente afim de se fazer o que foi capitulado.

Foram as visitas canonicamente instituídas com o fim de fazer conservar a disciplina eclesiástica, extirpar as heresias, desterrar os vícios, conservar os bons e santos costumes e mover os fiéis a viver na caridade, temor de Deus, paz e inocência e sendo a reverendos párocos e clérigos a luz do mundo e o sal da terra, modelo e guia a cuja imitação os fiéis devem dirigir suas acções, devem por esta razão ser o Reverendo Pároco e clérigos os primeiros exemplares na prática das virtudes e frequência dos sacramentos.

O Reverendo Pároco vigie e faça com que nos Domingos e Dias Festivos os capítulos das Missas de Pastores ensinem aos menores por aurirem da Missa a Doutrina Cristão com clareza e moderarão o que se não praticar sendo clérigo de freguesia o Reverendo Pároco lhe não faça suas atestadas conforme determina Sua Excelência Reverendíssima na sua circular de 31 de Maio e se for o capelão de outra freguesia dê conta ao seu respectivo Pároco para que este providencie.

Faça o respectivo Pároco cessar por uma vez o escandaloso abuso que em algumas as Igrejas se pratica de se confessarem mulheres no adro ou em outro qualquer lugar fora do âmbito da Igreja porque os fiéis se escandalizam e é além disso reprovado pela sinodal o administrar-se aquele sacramento a mulheres no coro, sacristia, capelas, tribunas, baptistério e adro e só poderá ser permitido o fazerem na sacristia àquelas pessoas que se acharem em idade avançada e com moléstias tais que comodamente o não possa ser na Igreja, o Reverendo Pároco pois vigie sobre o exposto.

É obrigado o Reverendo Pároco pelo seu alto Ministério a vigiar sobre a conduta moral do rebanho, incumbindo-lhe outrossim observar e fazer observar os capítulos dos visitações pretéritas, os pastores Senhores Bispos e especia1mente as últimas circulares de 31 de Maio e 25 de Agosto do nosso actual prelado o Exmo Snr. Bispo.

E sendo certo que no estado clerical se requer uma vida ornada de tantas virtudes e profissão que no clero tenha o povo o vivo modelo de edificação e santidade que coisa mais tão indecente e escandalosa não é andarem os clérigos de feira em feira sem a maior precisão como alguns praticam, o que é mais próprio aos seculares que aos ministros do altar, chegando a actual relaxação a tanto que se não pejam dos nossos lugares públicos se misturam com os seculares beberem vinho, frequentarem as tabernas e nelas igualmente comerem e beberem quando alguns seculares se injuriam de as frequentarem e que tão somente é permitido aos clérigos quando vão de jornada e não tiverem outra casa própria para esses actos porque então os releva a necessidade conforme o disposto pelos concílios de Laodiceia, Milão, Lateranense

IV ipsis verbis:”clerici tabernas perosum evitent, nisi forte causa necessitatis in itinere comitituti "" vigie pois o Reverendo Pároco pelos clérigos seus paroquianos neste ponto.

Tem a vaidade humana e outros respeitos humanos introduzido introduzido excessos no toque dos sinos pelos defuntos passando ao superstição o excesso que os reverendo Párocos toleram pois é recto que elas só foram instituídos pela Igreja para os fiéis encomendarem suas almas a Deus e para avisarem a memória da morte para, pois o Reverendo pároco quanto estiver ao seu alcance para que se guarde o sinodal preceito no quanto estiver ao seu alcance para que se guarde o sínodo preceito...

Faça outrossim o Reverendo Pároco guardar o mais profundo respeito e silêncio no templo e que para dentro dele entrem aquelas pessoas que da parte de fora julgam ouvir Missa, sendo certo que a não ouvem quando ainda dentro houver lugar vazio.

E para que esses ajuntamentos nocturnos aos quais vulgarmente se dá o nome de serões são muito perniciosos à sã moral e bons costumes devem por isso o revê. Pároco fazer ver a seus fregueses em suas práticas as funestas consequências que delas se seguem e quanto os pais de família serão responsáveis pelos pecados que dali se seguirão e que seus filhos praticavam por essa liberdade que lhes dão e quando não haja emenda o Rev. Pároco dê quanto à autoridade civil para serem punidos.

Confirmo os capítulos das visitações passadas e mando se cumpram e observem os que não estiverem revogados.

O Exmo e Revmo. Snr. Bispo manda que o Rev. Pároco tire certidão do que fica capitulado quanto ao que se precisa na Igreja e que com ela oficie ao Administrador do Concelho para este dar parte ao Administrador Geral do Distrito para que providencie segundo a novíssima legislação o que fará dentro de um mês depois da recepção destes capítulos e de afim o ter praticado dentro do mesmo prazo de tempo lhe dará parte.

O Rev. Pároco publicará estes capítulos em três dias festivos à estação da Missa depois que os leia e depois de lidos passará certidão na forma do costume.

Dados em Vila Maior aos 5 de Setembro de 1840 e José Francisco de Oliveira Maia secretário da visita os subscrevi.

O visitador António Ignácio Manso Preto

Foram lidos e publicados os capítulos retro conforme nele se determina nos três dias festivos precedentes à estação da Missa conventual de cada um dos ditos dias.

Residência de S. Jorge 30 de Novembro de 1840

O abade Joaquim José de Vasconcelos Vargas P.

Visitação de 1915

D. António José de Sousa Barroso, por mercê de Deus e da Santa Sé Apostólica Bispo do Porto, do Conselho de Sua Magestade Fidelíssima, Prior do Reino, Grão-Cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, etc. Aos que esta nossa Provisão virem Paz, Saúde e Bênção em Jesus Cristo,

Nosso Senhor e Salvador.

Tendo nós visitado pastoralmente no dia 19 de Julho de 1915 a Igreja de S. Jorge de Caldellas, no concelho da Feira, desta nossa diocese e desejando que esta visita com a bênção de Deus produza frutos espirituais; havemos por bem ordenar ao seu Reverendo Pároco que no caso de ainda não terem sido cumpridas as determinações por nós dadas então, as cumpra com a possível brevidade e, em virtude desta Nossa Provisão as quais são as seguintes:

1 ª - Ter sempre no sacrário hóstia grande consagrada.

2ª - Mandar dourar a copa de um cálice cujo ouro está quase desaparecido.

3ª - Rezar com o povo aos domingos os cinco actos preceituados.

4ª - Não dar a bênção matrimonial fora da Missa "pro sponso et sponsa".

5ª - Exigir a apresentação das respectivas licenças aos presbíteros que estando a águas na estância dessa freguesia se dirijam à Igreja para lá celebrarem

6ª - Examinar, reformar, se preciso for e mandar à aprovação canónica os estatutos da Confraria do Santíssimo (Agregação do Santíssimo Sacramento).

7ª - Inverter a disposição das imagens do altar da Senhora do Rosário, colocando no lugar onde está a da Senhora do Rosário a do Coração de Jesus e passando para baixo a da Senhora do Rosário, que fica à direita da do Coração de Maria; e visto altar ter além destas mais imagens mandar construir outro altar ou exagere para onde passará uma ou duas imagens.

8ª - Conseguir confessionários melhores e mais litúrgicos para substituir os que tem.

Foram indulgenciadas com 50 dias as imagens de Nossa Senhora de Lurdes e Sagrado Coração de Jesus, aquela com 50 dias cada dia e esta “ toties quoties".

Sendo restritas as contas que os Reverendos Abades hão de dar a Deus pelo desempenho da sua sublime missão com todo o empenho lhes recomendamos:

1º - A Catequese às crianças que não deverão omitir mesmo depois da Comunhão. Instante e prudentemente advirtam os chefes de família sobre o bom exemplo que devem dar aos filhos, criados ou quaisquer subordinados do ensino das verdades religiosas, em casa ou na igreja onde os devem mandar, da assistência da Missa aos Domingos e dias santos de preceito, da confissão frequente ou ao menos anual.

2º - A homilia aos seus fregueses, a qual não deverá exceder vinte minutos e que só omitirão em caso de urgente necessidade, lembrando às suas ovelhas que Deus lhes impõe o indeclinável dever de escutar para a sua instrução a voz daqueles que foram constituídos pastores e guias do povo.

3º - Fomentar na sua freguesia a sólida piedade geradora dos bons costumes por meio das devoções ao Sagrado Coração de Jesus e Maria Santíssima, etc.

4º- Exortem paternalmente os que, esquecendo os próprios interesses da sus família frequentam as tabernas, verdadeiros focos de todas as desgraças.

5º - A bênção do Santíssima aos domingos de tarde e o a Nossa Senhora que atrairão sobre a sua paróquia bênçãos copiosas do Céu.

6º - Observem o que determinam as constituições diocesanas no respeitante às procissões dos defuntos já recomendada na nossa pastoral da Quaresma de 1903.

Esta nossa Provisão será remetida ao Reverendo Pároco de S. Jorge de Caldelas para ler à estação da missa conventual no 1º dia santificado depois de a receber; depois de registados no livro dos Capítulos de Visita que adquirirá no prazo de 6 meses, no caso de o não haver, será enviada ao Reverendo Vigário da Vara que lhe porá o visto e o devolverá para ser arquivada no cartório paroquial a que pertence.

Dada no Porto e Paço Episcopal, sob o selo das nossas armas em 5 de Agosto de 1915.

António Bispo do Porto.

Foi lida esta Provisão à estação da Missa conventual no dia 8 de Agosto de 1915 e aqui fielmente registada e copiada.

S. Jorge - 25 de Agosto de 1915

O Pároco: José Inácio da Costa e Silva

Visita Pastoral de 1956

Fizemos pessoalmente a Visita Pastoral a esta freguesia de S. Jorge das Caldas (sic) no dia 15 de Julho de 1956, por motivo do grande restauro efectuado na residência paroquial. É com muito gosto que aqui consignamos o Nosso Louvor à Comunidade Paroquial que generosamente contribuiu para se realizar uma obra tão conveniente para a dignidade e serviço da freguesia; e congratulamo-nos com o Reverendo Pároco, Pe António Correia Pinto Guimarães por ter conseguido compreensão e auxílio para dotar a paróquia com este melhoramento. Esperamos que a generosidade dos paroquianos continue a manifestar-se de forma que a sua igreja paroquial possa ser reparada, aformoseada e dotada de alfaias e guisamentos de culto em correspondência com a importância e progresso material da freguesia.

Na parte espiritual, embora a coincidência com a festa do Padroeiro pudesse alterar algum tanto a imagem real das coisas, pudemos apreciar uma paróquia com as qualidades médias da vida religiosa corrente nos meios predominantemente agrícolas: convicções e práticas religiosas quase gerais, alicerçadas na tradição e deficientemente radicadas em cultura, consciência pessoal e sentido apostólico. O meio parece, por um lado, carecer com certa urgência e por outro lado oferecer notáveis possibilidades de se tornar uma firme cristandade.

O conhecimento da doutrina cristã e a compreensão do seu conteúdo mostra-se já apreciável; importa continuar com a escolha dos melhores catequistas, a aquisição dos meios pedagógicos recomendados pela Diocese e a orientação e direcção que o Reverendo Pároco dará pela sua assistência e ensino complementar e pela reunião ao menos mensal desses catequistas.

A Acção Católica, Cruzados de Fátima, Apostolado da Oração. Obras de Caridade e de Culto, que mostram já alguma vida, merecem toda a ajuda e encorajamento para eficazmente enraizarem a Fé a Caridade na cultura e prática da vida cristã, sendo para isso muito de desejar o contacto com as direcções diocesanas.

Não de se também descurar-se a formação do espírito litúrgico, nas crianças e nos adultos, afim de se obter uma cada vez mais consciente e activa participação nos actos de culto.

Confirmaram-se 32 crianças e 178 adultos.

É de apreciar a objectividade, firmeza e espírito construtivo dos relatórios, especialmente do geral, apresentado pelo reverendo Pároco. class="MsoNormal" style="">D. António Ferreira Gomes, Bispo do Porto ATM